terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O que queres ser quando fores grande? Quero ser como o Peixoto!


«A João Paulo Peixoto, não falta nenhum carimbo no passaporte e, há pouco, em Israel, completou uma lista de 204 países, o que faz dele um dos mais viajados portugueses, se não o mais viajado. Já esteve preso em África, teve que pagar subornos para seguir viagem, escapou a um terramoto. Por estas e por outras, sabe que é "um homem de sorte".
"Ninguém me ouve dizer que sou o português mais viajado do mundo. Não uso desses rótulos, porque isto são coisas que os viajantes guardam para si e podem haver outros na mesma situação que eu, sem ninguém saber. O que eu digo é que acabei o mundo. Estabeleci uma meta, dediquei-me a ela vários anos e agora cumpri-a". É assim que João Paulo Peixoto explica a importância que atribui ao facto de, nos seus inúmeros passaportes, contabilizar carimbos relativos a 204 países - 193 reconhecidos pela Organização das Nações Unidas e 11 ditos independentes.
João Paulo Peixoto já esteve preso em África, viu-se obrigado a pagar cinco subornos consecutivos para prosseguir viagem pelo Congo e receou o pior nas Seychelles, quando o obrigaram a despir-se integralmente perante polícias com luvas de látex. Mas o facto é que deixou as Ilhas Salomão "dois dias antes de um terramoto enorme"; saiu do Hotel Intercontinental, no Iraque, "seis meses antes de os talibãs lá terem ido chamar os hóspedes estrangeiros para os matarem a todos"; e abandonou um autocarro marroquino onde não tinha lugar vago, pouco antes de o ver despistar-se numa ravina, provocando 39 feridos e a morte de nove portugueses.
"Sei que sou um homem com sorte", reconhece o viajante. "Se às vezes não reparava nisso, depois de Marrocos não me esqueço mais."
As viagens de eleição
Índia, 2002
"Se alguém quiser verificar se tem realmente espírito de viajante, é pela Índia que deve começar." Não foi o caso de João Paulo Peixoto, que só aí chegou em 2002, mas ele esclarece: "Quem tem filhos, sabe que eles despertam o melhor que há em nós. A Índia funciona da mesma forma - desperta o melhor de cada viajante. Pela forma de estar na vida dos indianos, pela forma como se relacionam e pela sinceridade com que o fazem, comprovam que Rousseau tinha razão quando dizia que todo o Homem nasce naturalmente bom".
Irão, 2005
Se a ideia que se tem do Irão é de "violência, perigo e mulheres maltratadas", o mais viajado português garante que "a realidade não é nada disso". Em 2005, rendeu-se à simpatia e hospitalidade dos iranianos, que, "embora ostracizados, não sentem ódio nenhum pelos americanos ou europeus", denunciando "elevação de espírito" suficiente para "distinguirem entre os políticos e os povos".
Iémen, 2011
João Paulo Peixoto esteve este ano preso no Iémen, onde as autoridades desconfiaram da extensa lista de carimbos do seu passaporte, mas a situação resolveu-se após uma noite de cárcere e o que "na altura não tinha graça nenhuma" é agora "uma boa história para contar". A essa há que acrescentar, contudo, vários relatos sobre a arquitectura local, as ilhas do país, a "fantástica simpatia árabe", a "comida fabulosa" e até a Kalashnikov que o português aprendeu a manusear para participar na salva de tiros de um casamento iemenita.
Birmânia, 2009
"Temos a mania que nos países autocráticos toda a gente vive infeliz, mas na Birmânia as coisas são ainda piores do que no Irão e as pessoas estão bem, tranquilas e seguras", garante João Paulo Peixoto, que lá esteve em 2009, quando se rendeu à cultura e monumentalidade do país, e também à vivência "tradicional e pura" das suas gentes.
Paquistão, 2010
"Muito parecido com a Índia", o Paquistão de João Paulo Peixoto é o das cheias de 2010, o que lhe permitiu um contacto mais profundo com a comunidade local. Ajudou os refugiados com trabalho físico, apoiou algumas famílias com dinheiro que um ancião distribuiu por quem mais precisava e gravou e fotografou "tudo, como se fosse um jornalista". "Com 50 euros eles sobreviviam um mês", recorda, "e foi a intensidade daqueles dias que me marcou"
Notícia Integral em: O economista que acabou o mundo

2 comentários:

  1. Nunca li aquele livro, mas gostava de o ler. Está na minha wishlist. :)

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  2. Sim, é disso que estou à espera. :) Já li o "Sapatos de Rebuçado" da mesma autora e adorei! O "Chocolate" nunca li, mas vi o filme e também achei a história muito interessante. Agora queria ver se lia mais coisas dela, parecem prometer!

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