quinta-feira, 1 de março de 2012

Bref.

Sinceramente, e peço desde já desculpa aos demais que se encaixarão no perfil, não compreendo. Porque será extremamente fácil, imaginemos (ou, para quem me conhece “passo a explicar”) o cenário seguinte: uma rapariga com os seus vinte e poucos anos, nem anorética nem obesa, simetria facial, nenhum sinal de deficiência aparente, vestida e maquilhada para o engate, no meio de uma discoteca. Ora, não será coincidência a mais que alguém com duas bolas no sítio tenha a decência (ou talvez não) de tentar levar para casa o troféu dos últimos resquícios de batom que restam nos seus lábios. Talvez seja interpelada uma ou duas ou três vezes, talvez mais. Pouco importa! Mas, só o mero olhar de cada interpelador deixa-a excitada e cada golo de álcool é sinónimo de um sorriso mais malandro. E cada sorriso malandro tem direito a mais um golinho. Esconde-se a essência por detrás de cada copo de vodka, a beleza é turva, o discurso é um mero sermão ensaiado. A noite, quiçá, terminará como ambos desejarem... e agora fica ao critério engenhoso de cada um terminar esta mini-história.
Mas, retomando a minha compreensão: é isto, efectivamente, que não compreendo. Esta dinâmica dos dias de hoje, estas máscaras de rimel e bases e pós-de-arroz. Como as luzes noctívagas levam à cegueira cerebral e à mediocridade humana. Quem são estas pessoas sem adereços, aditivos e conservantes, à pura luz do dia? E não me venham dizer que não sei o que é diversão! Sim, divertimento é uma coisa, ignorância é outra! E, mesmo afastada do estereótipo citado, ainda há quem tente a sua sorte. Azar o meu e azar o de quem não tardou em sentir o peso da palma da minha mão, com os cinco dedos a fazer um pouco mais de pressão. Bref, gostar de apreciar misturas - e, especifico, musicais - não é sinónimo de corpo oferecido a quem-quer-que-seja. Bref, sinto-me incompreendida neste pequeno mundo manipuladamente cego e exibicionista.

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